Advogados de Propriedade Intelectual e de consultoras da área aplaudem o trabalho desenvolvido pelas universidades e empresas nacionais, mas consideram que é preciso uma relação mais estreita entre empresários e institutos de I&D.
Conheça a opinião de Elsa Veloso à cerca do tema.
Quando questionada sobre “Como é que Portugal poderá desenvolver a área de Propriedade Industrial no próximo ano?”, Elsa Veloso, CEO da DPO Consulting responde:
“Ainda que, no ano passado, tenhamos assistido a uma recuperação no que diz respeito ao registo de patentes (Portugal registou um novo recorde nacional), ainda nos deparamos com políticas pouco animadoras para o desenvolvimento da PI. Para reforçar a importância de Portugal no mercado global, ou pelo menos europeu, são necessárias competências distintivas que reforcem a nossa capacidade de inovação, com a retenção e atração de ‘know-how’, reforço significativo da capacidade de empreender, através de competências e recursos, e processos menos burocráticos. Elevar a inovação significa aumentar a competitividade do país, sendo responsabilidade de todos, nomeadamente do Governo e do INPI, prosseguir estes objetivos com políticas mais atrativas. Urge termos políticas para inverter a saída constante dos jovens que formamos, com alta capacidade de desenvolvimento de projetos inovadores, e conseguirmos atrair cérebros internacionais que possam integrar os nossos ecossistemas de inovação, acrescentando valor. Deveríamos ser capazes de constituir centros de excelência bem financiados, geridos por profissionais com capacidade crítica de análise de risco, detentores de visão global e pensamento lateral. A capacidade de empreender prende-se, não só com habilidades inatas, mas também com todo o sistema de ensino, que deveria ser capaz de desenvolver as competências e dotar as pessoas com as ferramentas necessárias para que possam desenvolver negócios próprios. Inovação e empreendedorismo implicam riscos financeiros e pessoais, que devem ser apoiados por redes importantes para que a taxa de sucesso das empresas inovadoras seja exponencial. Os empreendedores têm de enfrentar procedimentos extremamente complexos, como licenciamentos e autorizações difíceis e ambíguas, que são tudo menos céleres. Desburocratização é a palavra de ordem para que o desenvolvimento aconteça. Portugal quer ser ou, simplesmente, parecer?”